domingo, 2 de agosto de 2009

Que fome, senadores!

Sem ânimo para escrever novamente sobre a crise do Senado (e me poupando para a volta do recesso parlamentar, quando a Câmara Alta se tornará palco de uma guerra entre o PMDB e PSDB), resolvi dar uma passeada no Portal da Transparência do Senado. Duas coisas me chamaram a atenção: o grau de transparência da Casa e a falta de pudores de alguns de nossos senadores.

Para quem não sabe, todo senador recebe R$15 mil mensais de verba indenizatória, para ser utilizada no custeio de atividades inerentes ao exercício parlamentar. Todos os gastos debitados nessa verba estão disponíveis na internet, permitindo a qualquer cidadão conferir que fim nossas excelências estão dando ao dinheiro público.

Em uma pesquisa rápida, percebe-se que alguns senadores deveriam se preocupar mais com a dieta. Observem os gastos com alimentação de Fernando Collor de Mello (PTB-AL) e Eduardo Azeredo (PSDB-MG), referentes ao mes de junho desse ano:


É muito bom saber que, enquanto 14 milhões de brasileiros passam fome (segundo dados de 2006 do IBGE), nossos senadores não poupam gastos com sua alimentação. Agora me digam: é justo a população, por meio dos impostos, pagar os R$ 763,60 que o político gastou em uma churrascaria?

Mas o pior não é o fato do senador ter gasto todo esse dinheiro em um restaurante. O mal maior é tudo isso ser divulgado na internet e não tomarmos atitude alguma quanto a isso. Significa que o brasileiro já assimilou o caráter "duvidoso" de nossos políticos, não se surpreendendo mais com nada.

Afinal, todo dia somos bombardeados pelo noticiário exclusivamente negativo. Com denúncias de nepotismo, corrupção e desvio de verbas, quem vai se preocupar com o gasto dos parlamentares com a "quentinha"?

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