quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Tchau, Garibaldi

Já havia dito o senador norte-rio-grandense: "É mais fácil dizer não ao Lula do que a Renan Calheiros e José Sarney". E não deu outra. Garibaldi desistiu oficialmente da disputa à presidência do Senado, deixando o caminho livre para a candidatura de Sarney (que, dizem, será oficializada na próxima quarta-feira).

Até aí, nenhuma novidade. A entrada de Sarney na disputa, em detrimento de Alves, já era esperada. Porém, o que surpreendeu muita gente foi a permanência de Tião Viana (PT-AC) no embate. Sarney havia dito que só seria candidato se seu nome fosse consenso entre todos os partidos, daí o raciocínio de que o candidato petista sairia da disputa.

O PT, porém, não quer ficar refém de um PMDB comandante das duas Casas. Com Michel Temer e José Sarney presidindo Câmara e Senado, respectivamente, o Planalto teria que ser ainda mais generoso com os pemedebistas, já que é primordial a aprovação dos projetos governistas nesses dois últimos anos de mandato te Lula para que o PT posso angariar capital político suficiente para eleger Dilma Rousseff.

Assim, Tião Viana mantém sua candidatura, com o aval do PT e aliançado a PT, PSB, PDT, PR, PRB e PSOL, totalizando 27 votos, de um total de 81 senadores. É pouco. O PMDB de Sarney, sozinho, detém 20 votos. O DEM, que já deu a entender que apoiará o ex-presidente da república, contabiliza mais 13 votos.

O fiel da balança na disputa será o PSDB, com 13 senadores. E, aí, tudo pode acontecer.

Os tucanos teriam maior vantagem apoiando Sarney. Assim, jogariam mais lenha na fogueira da discórdia que começa a se acender entre PMDB e PT (já há petistas afirmando que deixarão de votar em Temer na Câmara). Dessa forma, complicariam os dois últimos mandatos de Lula e, principalmente, veriam mais próximo o tão almejado sonho de ter o PMDB como aliado na disputa presidencial de 2010.

Há, contudo, um porém. O PSDB foi, junto ao DEM, um crítico ferrenho de Renan Calheiros durante o escândalo envolvendo o ex-presidente do Senado, e um dos principais entusiastas com a sua cassação do cargo. Pois bem. Eis que Calheiros é o atual líder do PMDB e um dos protagonistas da entrada de Sarney na disputa. Seria uma enorme incongruência se os tucanos apoiassem a volta daquilo que tanto combateram.

Quem está sorrindo à toa, é claro, é o PMDB. Com grandes chances de assumir a Câmara e o Senado, o maior partido do país terá ainda mais poder nesses últimos dois anos de governo Lula. Além disso, é visado tanto pelos petistas quanto tucanos para ser aliado para 2010. São as vantagens de ser o maior partido do país...

Um comentário:

  1. Vai ser interessantíssima a disputa entre PMDB, PSDB e PT em 2010.
    às vezes, passa despercebido que o PMDB é o partido com mais cadeiras no Brasil! e isso é um tremendo peso político e seduz qualquer um que aspira ao sucesso na política.
    Agora o antigo MDB - oposição do Arena - está com o PT, mas e amanhã? A tucana, que faz coisas incríveis para dirigir o Brasil, não vai se preender a pequenos detalhes como Rennan Calheiros. Então, fike esperto Lula!

    outro detalhe!
    olha só quem vai liderar os cargos mais notáveis do legislativo brasileiro: Temer e Sarney.

    sem comentários

    ResponderExcluir